Li duas vezes "À sombra do Imbondeiro". A primeira foi de uma tacada só. Muito bem escrito, a narrativa prende e a gente se deixa envolver pelas histórias que vão se entrelaçando e aumentando cada vez mais a curiosidade e a vontade de não parar. A segunda leitura, mais lenta, fez-me observar e prestar atenção em cada árvore, pois já tinha percorrido a floresta. Curti cada informação: descobri que Imbondeiro é o Baobá, a árvore do asteróide do "Pequeno Príncipe", ri ao ler o nome do nosso sabão de coco: sabão macaco; encantou-me encontrar palavras como muamba, fuba e outras que mudaram ligeiramente de significado quando atravessaram o Atlântico. Sempre gostei das palavras de origem africana e indígenas que incorporamos ao nosso idioma, principalmente quando vem em textos e letras de músicas. Deliciei-me com o relato dos costumes, das brincadeiras e peripécias de uma infancia saudável, sem maldades e sem preconceitos. Fascinou-me a construção de uma vida com trabalho, inteligencia, coragem e humor; e, mesmo com a perda de tudo, comoveu-me a grandeza da alma, o sentimento de solidariedade e a coragem de recomeçar. Tenho certeza de que no coração do escritor está gravada a palavra 'Tukayana' ("Venceremos" em Kimbundo). É um filme ... Que se manifestem os roteiristas.... Parabéns! Um forte abraço e sucesso... Celina Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário